Bombardeiros da Nómina em 1641 – um documento

Os Bombardeiros da Nómina, corpo criado em 1515 por D. Manuel I e assim designado por serem os militares nomeados por designação régia, ainda existiam em 1641. Nesse primeiro ano da Guerra da Restauração estavam abaixo da dotação prevista de 100 elementos (mais um condestável, que os comandava). A relação, feita em 25 de Junho de 1641 e apontada no Livro da Nómina, contém a descrição de cada um. Aqui se transcreve essa relação, desdobrando as abreviaturas e vertendo para português corrente a grafia:

  • Domingos Fernandes, condestável da capitania da Armada, morador ao Ver-do-Peso, casado com Isabel Gonçalves, de 37 anos, pequeno do corpo, barba castanha.
  • João Francisco, morador a São Miguel de Alfama, casado com Ana Vieira, de 48 anos.
  • Noutel Dias, morador às Janelas Verdes, casado com Isabel Mendes, de 42 anos, meão, barba ruiva, cabelo da cabeça negro e crespo.
  • Estêvão Nunes, morador a São José na rua do Carrião, casado com Maria Rodrigues, de 29 anos, alvo do rosto, barba loura, nariz comprido.
  • João Gonçalves Bocarra, morador a Jubetaria Velha, casado com Domingas de Almeida, de 38 anos, boa estatura, ruivo da barba, uma ferida na mão direita.
  • Gabriel Gonçalves, viúvo, morador a São Paulo em casa de Maria Lopes, sua tia, de 35 anos, uma ferida no pulso da mão esquerda, seco, cabelo negro.
  • Domingos Ferreira, morador na Adiça, casado com Jerónima Luís, de 42 anos, seco da cara, esquerdo, um sinal de ferida na testa.
  • Pedro Gonçalves, morador a Santo Estêvão de Alfama, casado com Ana Fernandes, de 50 anos, alto, barba loura.
  • Jorge Rodrigues, morador no Beco do Espírito Santo em Alfama, casado com Antónia Dias, de 35 anos, meão, cheio de rosto, um sinal de ferida na testa.
  • Miguel João, morador ao Espírito Santo, casado com Maria Ribeiro, de 42 anos, seco de cara e amarela, moreno do cabelo.
  • Francisco Pereira, morador na Rua Nova da Palma, casado com Marquesa Antunes, de 35 anos, miúdo do rosto, meão, barba negra, sobrancelhas cerradas.
  • Vicente da Silva, morador no Castelo, casado com Maria Francisca, de 30 anos, alto, bem disposto, bigode castanho, olhos grandes.
  • Manuel Rodrigues, morador ao pé da Calçada de Santa Ana, casado com Isabel Branco, de 38 anos, homem pardo, bem disposto.
  • Luís Martins, morador na Calçada de São Francisco, casado com Maria Nunes, de 27 anos, alto, vermelho do rosto, pouca barba, olhos encovados.
  • Baltasar Gonçalves, morador no Adro de Santo Estêvão, casado com Joana Rodrigues, de 30 anos, boa estatura, a ponta do nariz romba, um sinal de ferida na testa.
  • João Rodrigues, morador ao Hospital das Chagas, casado com Lourença das Neves, de 30 anos, meão, pouca barba, sinais de pólvora no rosto.
  • Domingos Correia, morador a São Paulo, casado com Maria Jorge, de 38 anos, meão, moreno de cara, um dente de cima menos.
  • João Fernandes, morador à Porta da Cruz, casado com Damiana André, de 50 anos, meão, quase branco, uma ferida na testa.
  • Domingos dos Rios, morador à Rua do Saco, casado com Maria de Azevedo, de 66 anos, alto e seco, branco, um pique de ferida na testa.
  • João Rodrigues de Alhandra, morador no Castelo, casado com Maria Cardosa, de 45 anos, bem disposto, seco do rosto, barbinegro que começa pintar de branco.
  • Inácio Martins, morador no Castelo, casado com Bastiana Dias, de 36 anos, alto, moreno, nariz largo, cabelo negro e crespo.
  • Domingos da Costa, morador no Castelo, casado com Maria Ximenes, de 35 anos, cabelo negro, olhos grandes.
  • João Domingues Baldes, morador ao Chiado, casado com Maria Carvalha, de 39 anos, alto, bem disposto, barba castanha, cheio do rosto, montanhês.
  • Cosme Rodrigues, morador no Castelo, casado com Inês Fernandes, de 35 anos, meão, nariz agisenho e cabelo preto.
  • Pedro Fernandes, casado com Mariana da Costa, morador a São José, de 30 anos, miúdo do rosto, olhos encovados, estatura meã e magro.
  • António Soares, casado com Maria Quaresma, morador a São Nicolau, de 35 anos, alto e magro, sobrancelhas negras e cerradas, alvo do rosto.
  • Manuel de Lacerda, casado com Maria dos Santos, morador ao Hospital dos Palmeiros, de 30 anos, vermelho do rosto, nariz um pouco chato, e bem disposto.
  • Domingos Simões, casado com Bastiana Antunes, morador no Castelo, de 21 anos, alto, bem disposto, olhos grandes, uma ferida na cabeça, da parte direita.
  • Luís João, filho de João Coelho, natural de Colares, de 30 anos, moreno, uns sinais de costura por baixo da orelha direita, cabelo negro, sobrancelhas cerradas.
  • João Gonçalves, casado com Maria Manuel, morador a São João de Deus, de 45 anos, bexigoso, cabelo negro, e meão.
  • Simão Delgado, casado com Maria Jorge, morador no Adro de Santo André, de 30 anos, homem pardo.
  • Sebastião de Bonano, casado com Maria Pereira, morador na Rua do Caldeira, de 40 anos, bexigoso, italiano de nação.
  • Bernardo Martins, casado com Margarida Gomes, morador na Travessa da Espera, de 40 anos, alto, amarelo do rosto e pouca barba.

Fonte: ANTT, CG, Decretos, 1641, mç. 1, n.º 221, relação anexa ao decreto de 8 de Outubro.

Imagem: Lisboa no século XVII.

A Torre de Belém em Abril de 1657 – um levantamento do estado da fortaleza

baluarte de S. Vicente a par de Belém

Há alguns anos foi aqui publicado um artigo referente à Torre de Belém, a respeito de um levantamento efectuado em 1644 acerca da situação das fortalezas da costa portuguesa.

Treze anos mais tarde, quando se temia que uma armada espanhola atacasse Lisboa, concomitantemente à invasão que o exército comandado pelo Duque de San Germán estava prestes a encetar no Alentejo (e que culminaria na tomada de Olivença), a Torre de Belém encontrava-se no estado que uma consulta do Conselho de Guerra revela. O documento é aqui transcrito na íntegra, vertido para português corrente.

Senhor,

Ao Conde do Prado e Jorge de Melo mandou Vossa Majestade encarregar que fossem às torres da barra desta cidade, e que vendo o que necessitavam, as fizessem logo prover, ordenando a Rui Correia [tenente-general da artilharia – tratava-se do responsável supremo pela artilharia do Reino, hierarquicamente superior aos tenentes-generais da artilharia dos exércitos provinciais, apesar da designação ser idêntica] (ou por onde mais tocasse) lhes acudissem pontualmente com o que apontassem, até com efeito se repararem e proverem na melhor forma que convém. Deram princípio a esta comissão pela Torre de Belém, e conforme o que viram necessita precisamente do que se segue, e para logo.

– Há em Belém 13 peças de artilharia: 7 de 16 [libras], 1 de 24, 4 de 12 e 1 de 10. Toda esta artilharia está no chão, sem mais uso que se estivera em um armazém. Há mister [necessidade urgente de] reparos.

– Para segurar melhor a defesa são necessárias mais 6 peças de melhor calibre que for possível, e de melhor uso serão se forem de género colubrinas.

– Há um falconete de 2 [libras]. Convém haver mais 2 deste género para o ordinário serviço das salvas, porque se forra com isso grande gasto de pólvora. Pelo menos são necessárias mais 200 arrobas dela, porque se acham só 180.

– São necessárias 1.500 balas de 16 [libras], para as sete peças deste calibre que quase as não têm.

– São necessários 12 cestões para se cobrir a praça alta, que sem esta defesa impossível será laborar artilharia na ocasião.

– Há um condestável e cinco artilheiros. Pelo menos há-de haver um artilheiro para cada uma das peças, excepto o falconete.

– Não há nenhum mantimento, como costuma haver nas torres, de três anos a esta parte. Deve prover-se nesta parte como é estilo, reformando-se todos os anos, repartindo-se pelos soldados e tirando-se o novo emprego dos seus socorros.

– A casa baixa, que só é para os mantimentos, entra-lhe o mar pelas costuras da Torre. Há mister [ser] reparada.

– As covas da Torre hão mister o mesmo conserto, para se poder passar a elas a pólvora na ocasião; porque no alto está arriscadíssima, havendo-a.

– O rastilho está podre, sem serviço algum, deve-se-lhe acudir logo.

– Alguns fuzis das cadeias da ponte hão mister [ser] reformados, porque no estado em que estão não têm serviço algum.

– São necessárias 150 varas de pano para cartuchos, 12 peles para lanadas, enxárcia velha para tacos.

– Para as torneiras da praça baixa e principal são necessárias portas e argolas de bronze.

– São necessários 50 chuços, que são de grande serviço e não há nenhum na Torre.

– E porque Jorge de Melo está impedido ainda de assinar a ordem que ele e o Conde haviam de passar para este provimento, deu o Conde conta neste Conselho para que em consulta se faça a Vossa Majestade presente a necessidade de Belém, e porque se tem entendido de Rui Correia que há falta de dinheiro para este e semelhantes reparos que pedem remédio pronto. Parece ao Conselho que de qualquer efeito deve Vossa Majestade mandar acudir a tão grande falta, servindo-se Vossa Majestade de mandar nomear, no lugar de Jorge de Melo, outro conselheiro para com o Conde continuar nas mais fortalezas da barra esta diligência tão importante. E lembra o Conselho a Vossa Majestade que se se não houverem de remediar as faltas que se acharem, inútil coisa será ocuparem-se os ministros nesta comissão, perdendo o tempo que podem aproveitar em outras coisas do serviço de Vossa Majestade. Lisboa, 5 de Abril de 1657.

Acerca dos postos da artilharia portuguesa à época, nomeadamente o de condestável, veja-se este artigo.

Fonte: ANTT, Conselho de Guerra, Consultas, 1657, maço 17, consulta de 5 de Abril de 1657.

Imagem: Torre de Belém. Fotografia de JPF.

A defesa da costa portuguesa em 1644 (1) – Torre de Belém

Por decreto de 30 de Julho de 1644, D. João IV ordenou que o Conselho de Guerra desse o seu parecer sobre consulta que o Conselho da Fazenda fizera sobre os artilheiros, o material de guerra e as provisões existentes nas fortalezas da barra de Lisboa, e nas de Setúbal e de Peniche, bem como sobre o que era necessário prover. As listas exaustivas de tudo quanto se encontrava em cada fortaleza surgem em anexo à consulta do Conselho de Guerra de 12 de Agosto de 1644.

Nessa consulta, o Conselho de Guerra apoiou o parecer do Conselho de Fazenda para que as fortalezas de Setúbal e Peniche, como distavam mais de Lisboa, tivessem tudo quanto fosse necessário dentro das suas muralhas, e para esse efeito o tenente-general da artilharia devia visitar aquelas fortalezas passado o mês de Setembro, numa época do ano em que os seus afazeres eram menores na capital do Reino. Quanto às fortalezas da barra de Lisboa, poderiam ser abastecidas do que estivesse em falta em qualquer altura, não requerendo muita urgência, à excepção da pólvora e das balas de diferentes calibres, que deveriam ser providenciadas de imediato. O Conselho de Guerra advertiu, por fim, que a consignação de 1.000 cruzados (400.000 réis) que se tinha atribuído ao tenente-general da artilharia era insuficiente para as necessidades das fortalezas, pelo que seria conveniente atribuírem-se outros mil cruzados, provenientes das tenças.

Passemos à transcrição (com ortografia actualizada) da parte relativa à…

Torre de Belém

A Torre de Belém tem 14 peças de artilharia de bronze e de diferentes calibres, a saber:

Um canhão de 24 libras de bala.

Sete meios-canhões de 16 [libras].

4 meias-colubrinas de 12 e outra de dez [libras].

Um falconete de uma libra.

Os sete meios-canhões têm duzentas balas. Necessitam de 600 balas novas e 200 de cadeia.

Tem 4 colheres [instrumento utilizado para carregar a peça com bala, pela boca]. Necessita de três mais. Necessitam também de cinco reparos com suas rodas.

As 4 meias-colubrinas têm bastantes balas. Tem uma colher. Necessitam de mais 3. Também faltam 4 rodas para os reparos; 12 hásteas de 21 palmos, duas dúzias de soquetes [peça em madeira que servia para impelir a carga na alma da peça, quando se carregava], uma [dúzia] de 16 [libras] e outra de 12; e duas dúzias de granadas de pau para as lanadas [hastes envolvidas em lã numa das extremidades, para limpar o interior das peças após cada tiro].

À meia-colubrina, falta-lhe um reparo e rodas.

Tem a Torre de Belém 65 quintais de pólvora – faltam-lhe 35 mais.

Tem 50 mosquetes de Flandres com suas bandolas. E 40 de sobresselente de Barcarena, com seus frascos; tem mais 28 mosquetes e arcabuzes. Tem mais 50 piques.

Tem necessidade a dita Torre de 14 pranchadas de chumbo para os fogões da artilharia. Duas dúzias de cortiças para as bocas das peças. Meia dúzia de talhas para abocar a artilharia com seus montões, para a praça de baixo. De 50 varas de pano de linho para cartuchos, por não haver mais que 120 de todos os calibres. Necessita também de 2 quintais de cevo, 4 de breu, 4 de alcatrão, e de uma dúzia de soleiras e de duas dúzias de peles curadas ao vento.

Há na dita Torre 10 quintais de murrão. Tem necessidade de 20 quintais mais. Faltam-lhe também 12 quintais de amarra velha para tacos; meia dúzia de lanternas e meia dúzia de lampiões.

Necessita também de 8 tinas para a artilharia e uma pipa de vinagre. E de biscoito, vinho e legumes, conforme à dotação da mesma Torre.

Tem esta Torre 90 arrobas e três arráteis de arroz, que se lhe meteu em 16 de Abril de 1641, que está ruim e mal acondicionado. É necessário outro [arroz], conforme à dotação desta Torre.

Tem mais 6 alqueires de lentilhas e 6 de ameixas passadas. Necessita de mais. Tem também necessidade de lenha e de 60 cobertores e outros tantos enxergões para os soldados.

Tem 40 e tantos soldados. Faltam os mais para oitenta, que há-de haver nela conforme sua dotação.

Fonte: “Relação da gente paga, artelharia armas munições carretas mantimentos e mais cousas que ha nas fortalezas da barra desta cidade e nas de Setuual, e do que necessita cada huã dellas”, anexa à consulta do Conselho de Guerra de 12 de Agosto de 1644 (ANTT, CG, Consultas, 1644, maço 4-B).

Imagem: Torre de Belém na actualidade. Foto de J. P. Freitas.

Um escocês ao serviço de D. João IV – o mestre de campo David Caley (2ª parte)

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No início do ano de 1644, David Caley recebeu o comando de outro terço da ordenança de Lisboa, que devia ser formado com uma mescla de recrutas inexperientes e reformados (oficiais tornados excedentários devido à dissolução das suas unidades, os quais passavam a  receber uma pequena fracção do soldo e podiam ser incorporados de novo, mesmo como simples soldados). Estas unidades novas da ordenança, destinadas a combater nas fronteiras, eram constituídas apenas por um período de três meses, findo o qual oficiais e soldados eram desmobilizados. Em Fevereiro de 1644 ainda faltavam três companhias para completar o terço, que também necessitava de capitães e de um sargento-mor. Foi com este terço que, em Maio, Caley se bateu na batalha de Montijo, a qual provocou uma razia no exército do Alentejo. David Caley regressou a Lisboa para assumir o comando de um de três novos terços da ordenança, rapidamente levantados para suprir as baixas sofridas. Ainda com pouca instrução militar e sem armas, os cerca de 1.000 homens foram conduzidos pelo mestre de campo até Estremoz, onde finalmente receberam armas e munições capturadas aos espanhóis durante a campanha do ano anterior. Daí, partiram para Olivença, onde ficariam a fazer parte da guarnição.

David Caley conhecia agora muito bem o exército português, as suas características e principalmente as suas fraquezas. Ele e outros oficiais providenciavam instrução militar com regularidade aos soldados, mas tudo isso seria desperdiçado quando a unidade fosse desmobilizada, findos os três meses de serviço. Escreveu ao Conselho de Guerra a esse propósito e foi o próprio Rei que, em resposta à solicitação do escocês, enviou uma carta ao então governador das armas da província, Matias de Albuquerque, Conde de Alegrete:

Conde de Alegrete amigo, Eu El-Rei vos envio muito saudar como aquele que amo. David Caley me pede em uma carta que me escreveu, mande que a gente do seu terço seja paga, pois se conhece que de o não ser resulta grande desserviço [ou seja, prejuízo] meu, servindo os oficiais da primeira plana só três meses do ano e estarem ociosos os nove restantes no castelo de Lisboa, e por outras razões que se deixam considerar, para que o ensino e exercício que se vai dando à gente de que hoje se compõe o terço, se não perca por se ir afeiçoando a este exercício, estando já hoje de sorte que os mais aceitarão o não sair dele, podendo-se também considerar grande conveniência em que se pode poupar o trabalho e gasto que se faz em novas levas, encomendo-vos que inteirado de tudo e mandando-vos informar por um tenente de mestre de campo general, ou por quem melhor vos parecer, se os soldados deste terço, sendo da leva dos três meses, se acomodarão de sua própria vontade a assentar praça e ficar servindo nele de soldados pagos, me avisais do que se vos oferecer sobre esta matéria para se tomar nela a resolução que mais convenha a meu serviço. Escrita em Alcântara a 30 de Junho de 1644. Rei. (ANTT, Secretaria de Guerra, Livro 5º, fl.153 – a ortografia foi actualizada; as restantes fontes e bibliografia serão referidas no final desta série de artigos.)

O terço foi elevado à categoria de tropas pagas, mas as previsões optimistas não se confirmaram. Muitos soldados acabaram por não se adaptar à vida na fronteira de guerra e as deserções foram aumentando. Em Março de 1645 o terço foi dissolvido. A próxima etapa na carreira de David Caley passaria pela província da Beira.

(continua)

Imagem: Infantaria do período da Guerra Civil Inglesa. Reconstituição histórica, Kelmarsh Hall, 2007. Foto de Jorge P. Freitas.