Em Outubro de 1658, o exército espanhol comandado por D. Luís de Haro punha cerco à cidade de Elvas. Era a resposta ao fracassado cerco de Badajoz, meses antes, que deixara exangue o exército da província do Alentejo e fizera cair em desgraça Joane Mendes de Vasconcelos, o responsável pela operação. Por todo o Alentejo contavam-se as armas. Literalmente. Ao Conselho de Guerra chegavam listas com o número de homens e material de guerra disponíveis. Uma dessas listas foi remetida pelo almoxarife de Estremoz, Gabriel Castro Barbosa. Na falta de Elvas, submetida a impiedoso cerco, Estremoz passava a ser a principal praça de armas do Alentejo. O material existente em armazém era o seguinte:
Barris de pólvora – 1000
Feixes de morrão [para mosquetes, arcabuzes e peças de artilharia] – 210
Cunhetes de balas para mosquetes e arcabuzes – 1050
Armas de fogo – 200
Piques – 300
Correias de bândolas – 200
Frascos – 200
Bacamartes – 60
Peitos de armas e espaldares, “são antigos e mal consertados” – 120
Granadas [de mão] – 1900
Balas de 16 libras [para colubrinas] – 600
Balas de 24 libras [para meios canhões] – 1000
Balas de 7 libras [para bastardas] – 900
Enxadas – 1024
Picaretas – 790
Pás de ferro – 600
Fonte: ANTT, Conselho de Guerra, Consultas, 1658, maço 18, “Numero das monisois que ora estão nesta praça”, relação enviada por Gabriel Castro Barbosa.
Imagem: Praça de Estremoz, publicada em La memoria ausente. Cartografia de España y Portugal en el Archivo Militar de Estocolmo. Siglos XVII y XVIII.